A roda da saia do meu Orixá gruda na pele de
quem a veste.
Faz girar nossos mundos internos a cada volta
que da em torno de si.
Movimenta corpos, mexe com as escritas e
proporciona experienciações ás in-corporações dos corpos-em-vida.
A roda da saia do meu Orixá flameja aqueles
que nela buscam zombarias, pois existe apenas nela mesma, se justifica e
legitima nos terreiros, casas, ilês e choupanas onde silenciosamente acontece.
É uma roda fora de eixo que desequilibra, mas
não deixa cair.
Pode ser roda de carroça, desenho de átomo,
constelações do universo, bolha de sabão, anéis de saturno, carrossel e todo
aquele que se joga no desconhecido mundo da gira.
A roda da saia do meu Orixá abraça formando
círculos com os braços e afaga nos circulares traços dos corações. É ela quem
me põe no contragiro do mundo.
Girando na roda da saia do meu orixá, faço
tremer meu corpo-terra e escrevo na pele tudo aquilo que a palavra jamais será
capaz de descrever: a temperatura do riso e o gosto da lágrima.
A roda da saia do meu Orixá tem o poder de
criar outros mundos e neles me fazer caminhante, na direção de uma nova forma
de enxergar a pedagogia do mundo, ou a pedagogia da gira...
IMAGEM: ROBERTO MATTA
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