quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mostra Navegando em Shakespeare



MOSTRA “NAVEGANDO EM SHAKESPEARE”, quando os diversos grupos de teatro e dança do Projeto Quilombo das Artes irão apresentar esquetes de teatro e coreografias de dança inspirados na obra de William Shakespeare.



Esta Mostra é expressão parcial deste Projeto de educação continuada iniciado em março de 2010, no bairro Navegantes II, território humano de muita pobreza e violência.



A mostra irá ocorrer nos dias 29 e 30 de outubro, sábado e domingo, a partir das 15h, no Teatro do COP (Almirante Barroso, 2540), em Pelotas.



ENTRADA FRANCA

domingo, 2 de outubro de 2011

Palavrinhas...

É muito fácil pensar que não se sabe mais o que quer,

Ou então fingir que novos horizontes estão se abrindo

Somente para fugir da nossa fraqueza de não assumir as nossas escolhas.

Com tudo é assim.

Ou parece ser assim.

Damos nós nas ruas da vida

E escolhemos ir pelo caminho mais curto, ou mais fácil.

Aceitar a dor é revelar-se por inteiro.

Num exercício diário de autocrítica e aquisição de melhorias para si.

Quando penso que não sei por onde devo ir, a estrada aparece nitidamente em frente a mim.

Ruas, pessoas, mundos molhados, abraços apertados, saudades, cidades e primaveras.

Repetem-se...

Repetem-se...

Repetem-se...

A vida é composta de sentidos para serem sentidos:

Novos gostos,

Novos sons,

Novos cheiros,

Novas cores e

Novas sensações.

As palavras estão todo o tempo em cada corpo.

Quando ele salta de dentro, o fora se expande, dilata e desenha.

O corpo é a pena e o papel dos poetas de nós mesmos.

Queria gritar como Helene.

Queria pausar como Robert.

Queria ter a cor de Medee.

Queria queimar a casa com Eugênio.

Queria construir a flor com Renato.

Queria ter a ingenuidade do menino do barco.

Queria ser apenas a espuma das marés.

Queria apenas palavrear como Samuel.

Quero apenas tantas coisas.

Só isso.

Só quero tantas coisas.

Hoje escrevo (como há muito tempo não escrevia)

Com o trem nos trilhos.

Ou pelo menos enxergando novamente os trilhos.

Abro novamente os olhos e aprecio as claras simbologias como um marujo observa a imensidão do seu mar.

Até me atrevo a cantar.

Quero ter cada vez mais dúvidas.

Exposição de ex-posições.

Movimento...

Abrindo as “janelas da alma”.

Querendo que cada vez mais “seja doce”.

Percebendo que existe um “bonde do dom” sim.

E que ele nos leva.

Penso em tanta coisa.

Em barro, argila, dragões, mares e marés, posições, imposições, confusões, referências, em ruas, em caminhos, em Budas, em sinos, em sons e tons.

Em figuras.

Sei que as salas podem ser ocupadas e despreocupado entro na minha.

Equilibrando com as mãos o que ainda resta do estopim.

Acreditando estar inacabado.

Inacabado graças aos Deuses.

Só se pode construir o que está inconcluso.

Salve a Primavera,

Salve os Teatros,

Salve o Sol,

Salve as Luzes,

Salve as delicadezas,

Salve as crenças,

Salve os Sentidos

E finalmente,

Salve os CORPOS...



Helcito