Uma xícara de café e uma pilha de livros para ler. Era esse o cenário de mais uma noite que ele tinha certeza que seria de insônia. Suas mãos inquietas e ele com a certeza que dessa vez a noite seria produtiva. Só precisava começar. Um olhar, uma bela música e um sentimento leve no peito. Ele agora acreditava que poderia novamente sorrir mesmo em meio a tantas xícaras de café estimulantes e pilhas de livros devoráveis. Encantador, esse seria o título do novo poema, algumas palavras que pudessem encantar a dor e fazê-la desaparecer como num passe de mágica. Os livros da pilha falam de mágica e ele pensa sobre isso olhando pra fumaça quase branda do café querendo ficar frio. Bebe um gole, mata sua sede e sorri. Sorri porque acha graça de tudo que se passou e acredita num novo amanhã, onde as pétalas das rosas vão cair sim, mas novas rosas e novas pétalas também estão por vir e é isso que faz a eterna continuidade do ciclo. A ternura das rosas.
Toda pele se renova a cada amanhecer. Ter o brilho nos olhos é disso que ele sente falta e é isso que ele vai buscar esteja ele onde estiver. É no delírio que pode encontrar os centauros, as fadas e os anjos e demônios de nós mesmos. Podemos ser brinquedos como soldadinhos e chumbo e bailarinas em caixinhas de música. Um nome, apenas um nome e tudo volta à realidade. A xícara de café frio e a pilha de livros para ler. E também a certeza de que esse foi apenas o primeiro encontro (I)rreal.
Um comentário:
Legal cara. Curti. Parabéns.
A insônia é um mar perigoso para se atirar, às vezes ela nos mostra coisas lindas, em outras, devido ela acontecer no lado escuro dos dias, verdades são reveladas, e outras mentiras são desmascaradas... Pra mim tudo se torna suposições, quando agente ta sozinho, pensar nem sempre é bom.
Da uma olhada nos meus blogs tb!
Abração!
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